O remédio para a pressão alta pode resultar em uma combinação perigosa se tomado na companhia de um suco de laranja. A pílula anticoncepcional também perde a eficácia se for ingerida junto com antibiótico. Sabe o que pode acontecer se misturar antidepressivo com descongestionante nasal? Prisão de ventre.
O mundo dos remédios tem regras próprias “antimistura”, quase todas desconhecidas pela maioria da população. Por isso, o Conselho Regional de Farmácia de São Paulo (CRF-SP) fez um alerta para a combinação de risco de alguns remédios com sucos, refrigerantes, chás ou outras medicações.
Segundo Rogério da Silva Veiga, coordenador da Comissão de Plantas Medicinais e Fitoterápicos do CRF/SP e consultor do Conselho Brasileiro de Fitoterapia, a grande responsável para aproximar os perigos da mistura de medicamentos é a automedicação.
“Tudo o que administramos em nosso corpo (inclusive alimentos) pode promover efeitos benéficos e maléficos de intensidade e natureza variáveis, no entanto, quando somos cuidadosos e buscamos a devida orientação, a promoção de uma boa saúde e qualidade de vida é garantida”, diz Veiga. “A orientação por profissionais (farmacêuticos, médicos, nutricionistas, naturólogos, biomédicos) competentes e atualizados é indispensável, pois a envolve a racionalidade a partir de conhecimentos farmacológicos e toxicológicos”, diz.
O Sistema Nacional de Informação Toxicológica (Sinitox), ligado à Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz), em seu último relatório alertou que os medicamentos são os principais responsáveis por intoxicações e envenenamentos, superando agrotóxicos, venenos e drogas. Em um só ano, foram relatados 34 mil casos e parte deles pode ter sido potencializada por misturas de risco.
O presidente do Conselho Federal de Farmácia, Jaldo de Souza Santos, diz que a cultura da automedicação é enraizada no povo brasileiro. Para ele, o fato das pessoas buscarem indicações de medicamentos com os vizinhos, amigos e familiares faz com que muitas não recebam informações importantes por parte dos farmacêuticos e médicos.
“O intuito sempre é de ajudar quando há indicação de uma medicação. Influenciar uma pessoa a tomar um medicamento pode até ser fatal. A recomendação especializada é indispensável.”
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